Caos Criativo

Há um conforto nesse caos.
Nessa louça deixada na pia, na roupa já seca no varal, esperando ser dobrada.
São sinais de uma vida bem vivida. Cheia demais para se importar com esses pequenos detalhes.
Algo mais real, menos plastico. Sem fingir ser algo que não seja.

Há um conforto nesse caos,
Mas ainda não decidi se isso é bom ou ruim.
Se é preguiça ou aceitação.
Afinal, quem decide essas definições?
Com que autoridade?

Ainda assim há um conforto nessa caos,
Tudo me parece mais leve.. simples.
Tenho menos pressa, menos pressão.
Lembrei como me importar só com o que realmente importa.

Há um conforto nesse caos,
Como se estivesse em obras. Obras que talvez nunca terminem, mas que deixam a promessa de algo novo, algo melhor que está por vir. Como se finalmente começasse a construir minha própria casa, dentro de mim.

Filme de Lembranças

Aquele piscada que você da toda vez que nosso olhos se encontram.
O jeito que o lado superior direito do seu lábio se curva pra cima quando você se aproxima dos meus.
Quase um rosno, quase uma mordida.
Um ataque doce.
Será dócil? Acho que nunca foi. Eu que queria que fosse. Não queria acreditar na sua maldade.

A sua mão que se arrasta pelo meu corpo quando passa por perto de mim. Bem de leve, pra ter certeza de que ainda estou ao seu alcance.
A incerteza de seu toque. De quem ainda desconheçe… os prazeres e os desgostos do outro corpo.
Que nao entendeu quem realmente sou eu. Que não soube escutar os meu pedidos.

E eu que aceitei sua versão. De que o que eu pedi eu não queria. Que o que eu pensava não era eu.

Quem realmente é você?

Pergunta retórica. Pra essa, nenhum de nós terá resposta tão cedo.

The Out of Doors

There’s something about the simple act of being outside that’s expanding.

Something about walking outside before you start your day, or as a way of starting your day that energizes. Brings out more. Is more.

There’s something about being outside and experiencing being outside that just makes life….

 

more.

Objetos

Não tenho muitas coisas minhas. Minha casa não é um espaço que eu criei. Veio como de fábrica.
Minha mãe sempre reclamou que eu deixava pedacinhos meus espalhados pela casa. Evidencias de que estive lá.
Talvez tenha me espalhado demais, deixado pedaços demais pra todo lado. Os perdido, os largado. Nem lembro mais o que foi que perdi.
Sempre pensei que se não sentisse falta é por que não importavam.
Talvez eu tenha me equivocado… ou talvez não tenha mesmo perdido nada. Sempre o mais importante se manteve comigo. Me seguindo, me assistindo e assistindo-me. Trocadilho tosco, mas me encanto com essas tolices da vida.
Esse encanto. Esse sim nunca perdi. Larguei por um tempo, o esqueci, mas sempre que eu preciso mais ele volta. Ele me lembra
Que tudo o que preciso esteve sempre aqui comigo.